RECORDAÇÕES
Desde cedo que sempre me interessei por fotografia, vendo e revendo os álbuns de fotos de família, no entanto, só após a compra da minha primeira máquina (uma Fuji compacta analógica) é que o gosto pela mesma se começou a revelar. Foram precisos ainda alguns anos até o “bichinho” se começar a desenvolver mais rapidamente.
Nos primeiros tempos o interesse era bastante reduzido, pois apenas um rolo de 24 ou até 36 fotos durava praticamente um ano, no entanto, com o uso diário do comboio como meio de transporte, comecei a interessar-me mais por este meio de transporte e comecei a explorar este gosto através da fotografia.
1999 foi, para mim, um ano de mudança e alguma evolução na fotografia… e tudo começou com umas simples fotos
que quis tirar em Lagos, quase à entrada da estação de comboios, ao querer fotografar um comboio a fazer uma curva mais apertada. Pretendia tirar três fotos (uma antes da curva, outra durante e outra já no final da mesma), mas a máquina revelou ser demasiado lenta,
impossibilitando-me de obter o efeito desejado, pelo que decidi comprar uma melhor…
Após algum tempo de pesquisas, a escolha acabou por recair sobre uma Canon, também analógica mas já reflex, a qual já permitia mudar de lente sempre que necessário e era bem mais rápida do que a anterior… Isso fez com que começasse a tirar cada vez mais e mais
fotos, as quais permitiram começar a explorar a máquina e algumas das suas funções, pois na altura os conhecimentos que tinha ainda eram escassos. Entretanto, resolvi mudar de
“assunto fotográfico” e passar a outro mais interessante: a flora. Com o passar do tempo fui tentando melhorar os conhecimentos que ia adquirindo ao testar as diversas funcionalidades da máquina (iso (ou asa)) e um pouco de fotografia (quase) macro. Digo quase macro, pois a lente não era feita especificamente para macro, tendo os comboios passado para um segundo plano, pois até essa altura o material que circulava na linha do Algarve era sempre o mesmo (máquinas a diesel que puxavam carruagens de passageiros,
umas vezes vermelhas e brancas, dos vulgarmente chamados comboios correio, pois em tempos idos ainda chegaram a transportar a correspondência entre estações, outras vezes eram carruagens metalizadas e ainda outras vezes eram as automotoras).
Com o passar do tempo, o gosto pela fotografia de comboios foi esmorecendo, pois o material que circulava era sempre o mesmo. Em 2003, e depois de muito ponderar, optei por uma máquina digital compacta, mas com uma pequena particularidade… permitia fotografar no modo infravermelho, isto é, mesmo sem luz, permitia ver os motivos (desde que muito próximos) a fotografar. No final de 2003 os comboios voltaram a despertar em mim, uma grande vontade de os fotografar, pois com a remodelação da linha Lisboa-Algarve (e sua electrificação), foi possível começar a conhecer o novo material que, com o
Euro 2004, começou a circular, pelo menos até Faro e com isto refiro-me às máquinas eléctricas e às “Lilis” (automotoras eléctricas).
Passados cinco anos a evoluir (lentamente), através de experiências e sempre sozinho, adquiri o primeiro modelo DSLR e que ainda hoje continua a dar provas de ter sido uma excelente compra. Cada vez mais se tornou evidente que, para continuar a evoluir, seria necessário aprender com alguém com mais experiência (e conhecimento) que eu e para isso
nada melhor do que um curso. Decorria o ano de 2008, quando ouvi falar de uma associação recém criada ligada à fotografia (Alfa). Passado pouco tempo tornei-me associado e comecei (timidamente) a participar em passeios e alguns eventos que começaram a organizar, permitindo trocar ideias e também experiências com outros
amantes da arte. Passado algum tempo comecei a frequentar os workshops que têm sido ministrados, desde o nível básico (iniciação) até aos mais avançados, tendo passado também por alguns intermédios, através dos quais foi possível adquirir muitos mais conhecimentos e começar (finalmente) a tirar partido da máquina. Em 2009 decidi avançar um pouco mais e comecei a fotografar alguns espectáculos, os quais me têm permitido adquirir ainda mais conhecimentos, especialmente sobre a iluminação do palco, velocidade.
ESPAÇO ALFA - Artigo de Rui Pinto publicado no Caderno de Artes Cultura.Sul de agosto de 2011
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