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COSTA VICENTINA É UM REFÚGIO FOTOGRÁFICO DE ELEIÇÃO

Meu refúgio fotográfico de eleição, uma das razões é por ser uma enorme zona natural e não ter a mão do homem a destruir a natureza, por enquanto, pois já se vão vendo umas zonas habitacionais onde não deveriam estar.

O Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina abrange o litoral sudoeste de Portugal Continental, no sul do litoral alentejano e no barlavento algarvio em redor do Cabo de São Vicente. Tenho o prazer de conhecer essa costa toda desde Sines até Lagos,

fotografando por essas praias afora. Na área do parque encontram-se diversos tipos de paisagens e habitats naturais e seminaturais, tais como, arribas e falésias abruptas e

recortadas, praias, várias ilhotas e recifes (incluindo a ilha do Pessegueiro e um invulgar recife de coral na Carrapateira, que ainda não conheço pessoalmente), o estuário do

Mira, o Cabo Sardão, o promontório de Sagres e Cabo de São Vicente, sistemas dunares, charnecas, sapais, estepes salgadas, lagoas temporárias, barrancos (vales encaixados

com densa cobertura vegetal), etc.


Das muitas vezes que já percorri esses caminhos, todas essas passagens foram diferentes, tanto a nível fotográfico como de clima, clima esse mediterrânico, mas com forte influência marítima. As temperaturas mantêm-se amenas todo o ano excepto em períodos de ventos de levante, quando estas podem subir ou descer vertiginosamente.

O regime de ventos é um importante factor no clima da região. Os ventos dominantes são os do quadrante norte. Por vezes, ocorrem ventos de sudoeste, principalmente no Inverno, enquanto os de levante ocorrem com baixa incidência o ano todo. Nas tardes de Verão são

comuns brisas marítimas intensas e carregadas de humidade. O mar apresenta-se, regra geral, mais revolto do que o do Algarve, esse é um dos momentos que gosto de

fotografar nessa zona, apreciar o espectáculo das ondas, embatendo nas rochas e parecendo no meio do silencio misturado com o som do mar que ele fala... tentando captar

o momento para depois poder transmitir nas fotos o que vi... e também arriscando muitas vezes na aproximação, para estar dentro do momento e tentar o melhor ângulo.


Além do mar, a Costa Vicentina é também constituída por uma densa flora e fauna. A flora do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina distribui-se por três tipos de ambientes geomorfológicos:


  • Barrocal ocidental, no planalto vicentino a sul, com vegetação típica de solos calcários, numa zona de clima seco e quente;

  • Planalto litoral, com vegetação mais diversificada, nas dunas, charnecas e áreas alagadiças;

  • Serras litorais e barrancos, mais frescos e húmidos, com densa vegetação arbórea e arbustiva adeando as ribeiras.

A Fauna do parque é uma área de passagem para aves planadoras e para os passeriformes migradores transarianos, nas suas deslocações entre as zonas de invernada em África e de nidificação na Europa. É a última área de cria da águia pesqueira na Península Ibérica. A

nidificação em falésias e arribas marítimas é uma característica da área do parque, com destaque para a cegonha-branca, o falcão-peregrino e a gralha-de-bico-vermelho. É o

único local do mundo em que as cegonhas nidificam nos rochedos marítimos.


Muitas vezes... que já perdi a conta, chegava para fotografar o nascer e o pôr-do-sol e era fintado pelo tempo, mas devido à imensidão da área e de possibilidades acabava por fotografar a flora e a fauna que é bastante viva.


ESPAÇO ALFA - Artigo de Luis Costa publicado no Caderno de Artes Cultura.Sul de maio de 2012

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