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DISPARAR, DISPARAR, DISPARAR, PARA CRIAR IMAGENS… OU NÃO!


Os objetivos de quem utiliza um instrumento que dispara para criar uma imagem e a

imortalizar e as de quem utiliza um instrumento que dispara, fere e mata, inicialmente não são muito diferentes: o contacto com a natureza, o prazer e a adrenalina do encontro inesperado ou muito preparado, cara a cara, com a mais pequena ave ou o maior dos mamíferos, a necessidade de entender os seus hábitos para ser capaz de segui-lo, sem

ser detetado, na máxima proximidade e na melhor posição. Mas, o resultado final, o que provoca o imenso prazer de consumar o objetivo é bem diferente. No caso do artefacto que dispara para obter a imagem é essa memória que fica de um momento da vida e que fica com vida, do animal que fica imortalizado e continua vivo. No caso do artefacto que dispara, fere e mata é o prazer de obter um troféu, um corpo não imortalizado, morto, uma peça a menos no domínio da natureza.


Não pretendo julgar, esta é apenas uma opinião pessoal, uma maneira de estar na vida de quem tem na mão o objeto que dispara e cria uma imagem que, por acaso ou ironia, na maioria das vezes, até tem o nome de um artefacto bélico. ESPAÇO ALFA - Artigo de Vítor Azevedo publicado no Caderno de Artes Cultura.Sul de julho de 2017

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