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FOTOGRAFIA DE ARQUITECTURA


Falar de fotografia de Arquitectura

é para mim falar em duas grandes paixões – a Fotografia, que desde cedo me fascinou e despertou especial interesse e a Arquitectura, a base da minha formação. Deste modo sinto que o meu “olhar” está de certa forma canalizado, o meu background e bases fazem com que ao captar uma imagem, esta reflicta inconscientemente ângulos, a luz, perspectivas, pontos de fuga, formas geométricas e vivências. Sou sensível a leitura do projecto, compreendo a sua função aliada ao design/estética. Ao fotografar transmito o meu olhar e as emoções que sinto ao “viver” o espaço.


Quando viajo as minhas fotografias são essencialmente de Arquitectura, o que leva os amigos a dizer “então mas é só fotografias de casas e prédios?!”, para mim não são apenas “casas e prédios”, são formas geométricas, linhas, espaço, texturas, cor, luz, sombra, sensações e emoções.

A Fotografia de Arquitectura emergiu na altura das grandes Exposições Mundiais, onde diversos países “competiam” com os seus melhores representantes em termos de Construção, Indústria, Tecnologia e Design Arquitectónico. Pretendia-se legitimar a

Arquitectura até então realizada, sendo executada por fotógrafos da vanguarda artística (Eugene Atget, Berenice Abbot, Henri Cartier Bresson, Thomaz Farkas, André Kertesz).


Surgem as primeiras revistas de especialidades e que fazem com que obras fiquem

conhecidas internacionalmente. Brotam os grandes ícones da Arquitectura – nomes como Le Corbusier, Frank Lloyd Wrigth, Óscar Niemeyer, Alvar Alto, entre outros, estando estes também interligados a fotógrafos excelentes – Marcel Gautheret, Julius Shulman,

Ezra Stoller, Peter Scheier , etc..

Nos dias de hoje o mesmo acontece, falando do mercado português, grandes arquitectos nacionais e internacionais como Siza Vieira, Eduardo Souto Moura, Gonçalo Byrne, Aires

Mateus, etc., também contam com grandes fotógrafos nacionais e que trabalham também para o mercado internacional. Nomes como Fernando Guerra e Sérgio Guerra (FG+SG),

Miguel Coelho, Luís Ferreira Alves, José Campos, entre outros. Maioritariamente fotógrafos, arquitectos de formação, que fazem com que a Arquitectura Portuguesa abra caminhos

por todo o mundo, dando uma maior visibilidade e destaque em revistas internacionais de especialidade.


Dicas para fotografar Arquitectura:

Existem dois tipos de fotografia de Arquitectura: a fotografia informativa ou descritiva que retrata o edificio ou local, a sua essência, com todas as suas informações; e a fotografia artística, que está dependente do olhar do fotógrafo, tudo é permitido, a imaginação não

tem limites. Importante saber olhar, ver detalhes e pormenores. Para isso, além do fotógrafo é indispensável uma câmara fotográfica que é extensão do mesmo, a utilização de equipamento adequado é fundamental. Este tipo de fotografia é muito exigente ao nível de equipamento – são necessárias lentes de grande angular - sensor full-frame, lentes especiais

- ultra grandes angulares e grandes angulares – olho de peixe e Tilt-shift. Estas permitem o controlo da perspectiva de modo a não deformar e a corrigir os planos de fuga. A utilização do tripé é também imprescindível para estabilizar a câmara fotográfica, já que se usam velocidades de captação baixas e aberturas mínimas para focar toda a construção em destaque.

O controlo da profundidade de campo é muito importante, assim como a composição e enquadramento. As linhas são importantes, possibilitam a realização de efeitos espectaculares quando exploradas em posicionamentos e ângulos diferentes. As texturas, as cores, simetrias, contrastes, luz, sombra, elementos arquitectónicos como escadas, portas, janelas, arcos, pilares, são componentes que tornam as fotografias interessantes.


Se a Fotografia de Arquitectura é a sua Paixão, aconselho vivamente a seguir as suas emoções, pegue na máquina e capte o momento – congele os sentimentos, imortalize o seu registo, pois ele é único.


“Qual das minhas fotografias é a minha favorita? Aquela que farei amanhã” - Imogen Cunningham

“Não fazemos uma foto apenas com uma câmara; no acto de fotografar trazemos todos os livros que lemos, os filmes que vimos, a música que ouvimos, as pessoas que amamos”. - Ansel Adams

“Fotografar é colocar na mesma linha de mira, a cabeça, o olho e o coração’’ - Henri Cartier-Bresson

ESPAÇO ALFA - Artigo de Ana Oliveira publicado no Caderno de Artes Cultura.Sul de junho de 2012

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